A idéia deste blog, além de contar notícias do meu filho (que aliás, está muito bem!), também é esclarecer algumas coisas a respeito da maternidade. Vou usar este espaço para isso e acrescentar algumas opiniões particulares, que têm me incomodado ultimamante. O objetivo não é provocar ou ofender ninguém, mas servirá mais como um desabafo pessoal (eu tenho um problema gravíssimo de nâo conseguir guardar as coisas... enquando não "vomito" tudo, não fico tranquila).
Adivinhem o assunto? Parto Normal X Parto Cesariana.
Sou adepta do parto normal, humanizado, sendo a mulher agente neste processo. Isto não quer dizer que desconsidero mulheres que não tiveram a oportunidade do mesmo - o legal da nossa sociedade é termos a liberdade de escolha (apesar de nem sempre esta "liberdade" ser legítima, mas isto é assunto pra algum outro dia), e este fato não faz delas menos mulheres ou menos mãe.
Sou radical? Sou!
Sou radical porque vou à raiz do que acredito. Acredito de fato que o parto normal é melhor, tanto para a mãe quanto ao bebê, dado os inúmeros benefícios que apresenta. E acredito ainda que este deve acontecer num ambiente acolhedor, com pessoas de confiança da mãe, e que esta assuma um papel de protagonista e não de espectadora neste momento, tendo suas escolhas respeitadas.
Sou radical no que diz respeito ao aleitamento materno. Sou radical quanto a algumas condutas durante a educação dos filhos. Sou radical em inúmeros aspectos da minha vida, e falo isto com tranquilidade porque não entendo que ser radical é ser ruim. Ruim é ser sectário, é não estar aberto a novas opiniões, a novos conceitos, é viver em seu próprio mundo e não aceitar que pessoas pensam diferentes umas das outras, e que é essa toda a graça do mundo.
Sou cristã/católica, compartilho das idéias socialistas, sou behaviorista (abordagem da Psicologia, minha profissão), acredito na redução de danos, entre muitas outras coisas que me definem. E assim, defendo minhas crenças e tenho comportamentos congruentes com elas. Isso não quer dizer que não aceito o outro: uma de minhas melhores amigas é espírita, meu marido é evangélico, e muitos de meus amigos são ateus ou atoas (hehe); entendo a importância que o capitalismo teve para o desenvolvimento tecnológico do mundo; aceito as outras abordagens da Psicologia e sei da importância e relevância de cada uma; aceito o fato de que a abstinência seria o melhor caminho para o tratamento da dependência química... Aceito, entendo, compreendo, porque acredito que a minha opinião é só mais uma dentre milhares, e que deve ser respeitada assim como respeito a dos outros. E é estando aberto a novas experiências, novas visões, que crescemos.
Talvez fique um pouco confuso do porquê de tudo isto: explico.
É bastante incômodo pessoas não entenderem suas reais razões para disseminar algum conceito, e terem comportamentos reativos diante disto. Como disse, cada um tem direito a ter uma opinião, assim como cada um deveria ter o dever de pelo menos entender um pouquinho do que o outro está querendo dizer.
Acredito no parto normal, humanizado, e isto não quer dizer que uma mulher é melhor que a outra que teve um parto cesariana. Eu luto para que TODAS as mulheres tenham o direito de escolher conscientemente o tipo de parto que querem. Que tenham acesso a real informação, dos prós e dos contras de cada procedimento, e que tenham o PODER de decidir sobre o que será feito com seu corpo e com seu filho, não ficando a mercê de um médico e uma sociedade cesarista, que prefere o cômodo (pô, sair de casa no meio da madrugada?!) em detrimento do mais indicado.
Acredito que partos cesarianas possam ser humanizados, desde que sejam NECESSÁRIOS, respeitosos, e que dentro do possível coloquem a mulher como atuante no momento.
Ninguém é melhor que ninguém pelas escolhas que toma. Mulher nenhuma é melhor que outra pelo tipo de parto que tem. O que define as pessoas não é raça, credo, preferências políticas ou orientação sexual. O que define as pessoas é o caráter. E é assim que eu escolho os meus amigos.
Oi amiga! confesso que fiquei meio, assim... chateada, com esse post. Fiquei com impressão que foi uma indireta pra mim, embora eu saiba que NÃO foi e que num sou a única pessoa do mundo contrária ao parto normal. É que sempre ouvi esse discurso, a meu ver moralista, de que Parto Normal é o escolhido por mulheres de fibra, e que Cesariana é pra aquelas preguiçosas... Não que vc pense assim, mas é como essa discussão toda é colocada. Afinal, me lembro que qdo vc teve o Davi, vc nos disse que todo o hospital ficava comentando "vc é a corajosa que teve parto normal?" Parto é parto, não acho que passar dor por opção própria deva acrescentar algum mérito ou demérito à causa. Ter filhos é algo que exige coragem, e a forma como eles vêem ao mundo é apenas mais um detalhe.
ResponderExcluirAinda acho adoção a forma mais sublime de se ter filhos... mas essa é apenas a opinião de alguém que não é mãe, e que vc deve tá pensando, não entende nada do assunto!
Bjos amiga, bjos no Davi, que tá LINDOOOOOOOOOOOOOO demais!
Oi Roberta, fiquei curiosa com o link desse post no facebook e vim aqui fuçar no seu blog, resultado = Amei..e já li todos os posts desde o início. Parabéns!!
ResponderExcluirBom, a respeito desse post "radical" (nem sei se é mesmo tão radical, eu não passei por isso ainda), eu acho que parto normal é realmente o melhor para o bebê, para a mãe o que vai proporcionar a mais rápida recuperação. Mas, isso não desmerece aquela mulher que teve um parto de cesária, né. Por isso que há o livre arbitrio, cada uma faz o que quer, ou melhor, o que o bebê quer. Tenho amigas que sonharam com o parto normal os 9 meses, e não tiveram como escapar da cesárea. Outras tinham horror ao normal e o baby mandou avisar que quem mandava era ele, e nasceu a hora que ele quis, rs.
Eu não sei onde me encaixo, não tenho filhos ainda, estamos eu e marido ainda na discussão se teremos, mas sabemos que essa decisão tem que ser tomada logo, afinal já estou nos 3.0. Só sei que sou a pessoa mais cagona que conheço, então tenho aí uma quedinha pela cesárea. Tenho tbém um defeito de fábrica no quadril, e o meu bebê não poderá ser muito gignte para vir de parto normal...
Realmente uma mulher não é melhor que a outra pelo parto que faz. Que todas as mulheres tenham opção de escolha, e se algo sair diferente que seja por vontade do bebê. Que existam pessoas mais radicais, o mundo precisa de pessoas radicais, com opinião..porque senão vai ficar muito sem graça viver por aqui.
Bjos e voltarei sempre.
Kátia
Oi Bethô, não sabia que tinha um blog, e cheguei até aqui seguindo o link no facebook. Por enquanto só li este post.
ResponderExcluirE ser bloggueiro não parece tão fácil quanto parece, são muitas pessoas lendo os posts, e cada uma com uma opinião. Toda vez que vou escrever fico tentando pensar em quem é a audiência, e por fim acabo escrevendo aquilo que estou com vontade ou que acho útil para o momento. Quanto ao seu post não achei seu texto radical, nem suas idéias, você apenas defendeu o seu ponto de vista, deixando claro que é a favor do parto normal como primeira opção, mas deixa tão explícito que é favorável às pessoas tomarem outras decisões, desde que bem esclarecidas, que isso acaba com qualquer radicalidade que possa existir em seu texto.
Não vejo problemas em você defender o seu ponto de vista, e não te acho radical por este motivo. E para não ficar em cima do muro, muitas mulheres ( e seus respectivos parceiros) não tomam suas decisões com base em informações corretas e considerando a característica de cada díade mãe-bebê, temos sim uma "cesarização" em massa, penso que isso aconteça principalmente com as famílias mais empobrecidas, que tem pouca ou nenhum voz ativa no sistema de saúde pública. CURTI O POST.