segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Três!

Parece que eu pisquei os olhos e você cresceu.

E hoje você completa três anos. E como você mudou, meu amor. Mudou fisicamente - já não é mais um bebê (apesar de você deixar bem claro que vai ser pra sempre meu bebezinho!). Agora você é grandão, já tem corpinho de criança. Pula, corre, escala... um típico moleque! E também mudou seus comportamentos: compreende tudo que a gente fala, estabelece longos diálogos, questiona, acolhe...

Esses anos passaram tão rápido! Mal acredito que aquele pequenininho já tem três anos! E ao mesmo tempo não consigo me lembrar como era minha vida antes de você estar aqui com a gente!

Quero que saiba da felicidade que sinto em ser sua mãe. Do orgulho que me dá ver você se transformando numa criança maravilhosa, inteligente, carinhoso, amigo, companheiro, interessado nas coisas realmente importantes na vida. E é isso que o papai e eu estamos tentando te ensinar, meu filho. A valorizar as coisas que de fato fazem nossa vida valer a pena. 

Acho importante você saber oque hoje te faz feliz, e assim, quando ler este texto na vida adulta, relembrar uma infância que foi muito boa. 

Você é louco por acerola, e come elas direto do pé. E também devora todas as jabuticabas que vê pela frente. O seu lugar preferido no mundo é o sítio, onde vive o Chuvisco, um cavalo já velhinho, mas que você não para de falar nele. Aliás, o Chuvisco está presente em todas as suas histórias, e ele sempre é o herói, que junto com você, o vovô, a vovó, o Pingo e o Caju (outros cavalos!) botam os lobo mau pra correr e salvam o mundo! 

Você adora contar histórias, adora cantar e inventar músicas novas. Adora desenhar, brincar de carrinho, criar brincadeiras que não existem. Joga futebol como ninguém, e há quem diga que eu ainda vou morar na Europa quando você for contratado por um grande time. 

Você adora livros e pede pra ler umas quinhentas vezes cada um. Você quer saber de tudo. Pergunta sobre todas as coisas do mundo, quantas vezes forem necessárias pra você entender direitinho. O seu novo sonho de consumo é ter um foguete pra conhecer o espaço sideral. Você já sabe as letras de alguns nomes e também sabe números. Ontem mesmo você lembrou a sequência de números pra destravar o celular do titio... achei estranho, mas tudo bem! :) 

Você adora animais, florestas, água, super-heróis e três porquinhos. Adora pular, correr, dançar e ficar tão cansado até dormir. 

Você já tem melhores amigos na escola. Já tem até um primeiro amor.

 Você me chama de princesinha e diz que vai casar comigo (ah, o Complexo de Édipo, hehe). Você adora o meu cabelo, e fica louco quando eu falo que vou cortar curtinho. O papai é o seu herói, o seu amigão. Você adora quando ele chega do trabalho e vocês brincam o resto da noite. 

 Você é muito especial, meu filho. E quero que sempre se lembre disto. Quero que você continue assim, dando importância às coisas simples da vida. À sua família. Aos seus amigos. Às brincadeiras que não precisam mais que a imaginação para serem demais. À vida e só.

Te amo, e desejo muitos e muitos três aninhos na sua vida. Sempre abençoados e ao lado de quem te ama! 

Muitos beijinhos e abraços de coala,
Mamãe! 



domingo, 8 de abril de 2012

Radical, eu?

A idéia deste blog, além de contar notícias do meu filho (que aliás, está muito bem!), também é esclarecer algumas coisas a respeito da maternidade. Vou usar este espaço para isso e acrescentar algumas opiniões particulares, que têm me incomodado ultimamante. O objetivo não é provocar ou ofender ninguém, mas servirá mais como um desabafo pessoal (eu tenho um problema gravíssimo de nâo conseguir guardar as coisas... enquando não "vomito" tudo, não fico tranquila).

Adivinhem o assunto? Parto Normal X Parto Cesariana.

Sou adepta do parto normal, humanizado, sendo a mulher agente neste processo. Isto não quer dizer que desconsidero mulheres que não tiveram a oportunidade do mesmo - o legal da nossa sociedade é termos a liberdade de escolha (apesar de nem sempre esta "liberdade" ser legítima, mas isto é assunto pra algum outro dia), e este fato não faz delas menos mulheres ou menos mãe.

Sou radical? Sou!

Sou radical porque vou à raiz do que acredito. Acredito de fato que o parto normal é melhor, tanto para a mãe quanto ao bebê, dado os inúmeros benefícios que apresenta. E acredito ainda que este deve acontecer num ambiente acolhedor, com pessoas de confiança da mãe, e que esta assuma um papel de protagonista e não de espectadora neste momento, tendo suas escolhas respeitadas.

Sou radical no que diz respeito ao aleitamento materno. Sou radical quanto a algumas condutas durante a educação dos filhos. Sou radical em inúmeros aspectos da minha vida, e falo isto com tranquilidade porque não entendo que ser radical é ser ruim. Ruim é ser sectário, é não estar aberto a novas opiniões, a novos conceitos, é viver em seu próprio mundo e não aceitar que pessoas pensam diferentes umas das outras, e que é essa toda a graça do mundo.

Sou cristã/católica, compartilho das idéias socialistas, sou behaviorista (abordagem da Psicologia, minha profissão), acredito na redução de danos, entre muitas outras coisas que me definem. E assim, defendo minhas crenças e tenho comportamentos congruentes com elas. Isso não quer dizer que não aceito o outro: uma de minhas melhores amigas é espírita, meu marido é evangélico, e muitos de meus amigos são ateus ou atoas (hehe); entendo a importância que o capitalismo teve para o desenvolvimento tecnológico do mundo; aceito as outras abordagens da Psicologia e sei da importância e relevância de cada uma; aceito o fato de que a abstinência seria o melhor caminho para o tratamento da dependência química... Aceito, entendo, compreendo, porque acredito que a minha opinião é só mais uma dentre milhares, e que deve ser respeitada assim como respeito a dos outros. E é estando aberto a novas experiências, novas visões, que crescemos.

Talvez fique um pouco confuso do porquê de tudo isto: explico.
É bastante incômodo pessoas não entenderem suas reais razões para disseminar algum conceito, e terem comportamentos reativos diante disto. Como disse, cada um tem direito a ter uma opinião, assim como cada um deveria ter o dever de pelo menos entender um pouquinho do que o outro está querendo dizer.

Acredito no parto normal, humanizado, e isto não quer dizer que uma mulher é melhor que a outra que teve um parto cesariana. Eu luto para que TODAS as mulheres tenham o direito de escolher conscientemente o tipo de parto que querem. Que tenham acesso a real informação, dos prós e dos contras de cada procedimento, e que tenham o PODER de decidir sobre o que será feito com seu corpo e com seu filho, não ficando a mercê de um médico e uma sociedade cesarista, que prefere o cômodo (pô, sair de casa no meio da madrugada?!) em detrimento do mais indicado.

Acredito que partos cesarianas possam ser humanizados, desde que sejam NECESSÁRIOS, respeitosos, e que dentro do possível coloquem a mulher como atuante no momento.

Ninguém é melhor que ninguém pelas escolhas que toma. Mulher nenhuma é melhor que outra pelo tipo de parto que tem. O que define as pessoas não é raça, credo, preferências políticas ou orientação sexual. O que define as pessoas é o caráter. E é assim que eu escolho os meus amigos.